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Homicídios crescem e desafiam governo e polícia de Alagoas

Dados mostram que sete dos 15 municípios mais violentos do estado – como Marechal Deodoro, União dos Palmares, Murici e Satuba – já apresentam número de mortes maior que o mesmo período de 2012. Nem mesmo o investimento pesado do governo federal por meio do programa Brasil Mais Seguro consegue diminuir a onda de assassinatos. Chefe do Estado-Maior da PM, coronel Ivon Berto, diz que falta de planejamento é a causa da pulverização de homicídios. Violência continua sendo o grande desafio do governador Teotonio Vilela

Convertida em investimentos de R$ 200 milhões do Brasil Mais Seguro, já enviados pela presidente Dilma Rousseff, desde junho de 2012, a atenção especial recebida por Alagoas do governo federal não retirou o estado do posto de campeão nacional de mortes violentas.

Impulsionada pelo descumprimento de metas e pela falta de integração das polícias, a tendência é de reversão do declínio desta estatística; como revelam os dados do Relatório Diário de Gestão da Secretaria de Defesa Social, obtidos pela Gazeta.

Atualizados até o início deste mês, indicam que sete dos 15 municípios mais violentos do estado – como Marechal Deodoro, União dos Palmares, Murici e Satuba – já apresentam número de mortes maior que o mesmo período de 2012.

Em entrevistas exclusivas à Gazeta, o chefe do Estado-Maior da PM, coronel Ivon Berto, e o presidente da comissão parlamentar que fiscaliza o programa, Ronaldo Medeiros (PT), afirmaram que a falta de planejamento é a causa da pulverização de homicídios para além do foco do Brasil Mais Seguro (Maceió e Arapiraca), que já atingiram 91 dos 102 municípios alagoanos.

Entre as vítimas, 92% são homens, 49% têm entre 18 e 29 anos, 79% são atingidos por arma de fogo e 61% são mortos na rua.

METAS DO BRASIL MAIS SEGURO NÃO SÃO CUMPRIDAS

As velas acesas pelo governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB) para celebrar a queda de 18% nos índices de mortes violentas em Alagoas continuam sendo apagadas pelas lágrimas das famílias de alagoanos vítimas da falta de planejamento e da desarticulação das forças de segurança, na execução de um dos mais ousados programas de combate à violência do País, o Brasil Mais Seguro. O semblante de “dever cumprido” estampa a face de Teotonio Vilela Filho e de seu secretário de Estado da Defesa Social, coronel Dário Cesar. Mas ambos sabem que o Estado não tem cumprido nenhuma das metas estabelecidas para redução dos chamados crimes violentos letais e intencionais (CVLIs), apesar de o Ministério da Justiça já ter investido R$ 200 milhões em recursos federais no programa.

No fim de setembro, mês que obteve o maior crescimento de CVLIs desde a implantação do Brasil Mais Seguro, o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, disse discutir “apenas números”, ao ser questionado pela imprensa sobre o aumento de assaltos a residências e a morte de um vigilante em um posto de saúde de Maceió. É o que a Gazeta revela nesta reportagem: vidas destruídas representadas por algarismos.

Números que, já exaltou Dário Cesar, representam a salvação de mais de 200 alagoanos. Mas que se fossem realmente discutidos e perseguidos com ações efetivas já previstas no Brasil Mais Seguro, talvez significassem a salvação das vidas de pelo menos 331 alagoanos, que foram sacrificados além do limite previsto como meta pela coordenação do Brasil Mais Seguro em Alagoas para este ano de 2013.

 

Por: Gazeta Web

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Publicado em: 07/10/2013 às 10:08

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