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Chance de acordo nos EUA faz Ibovespa subir 0,85%; dólar recuou a R$ 2,18

SÃO PAULO – As Bolsas globais tiveram um dia de euforia com a notícia de que os republicanos apresentaram uma proposta temporária para o aumento do limite de endividamento dos EUA – até o dia 22 de novembro – que foi bem recebida pelo presidente Barack Obama. É o primeiro passo para que o impasse político nos Estados Unidos possa ser resolvido, dizem analistas. O Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, seguiu o otimismo dos mercados externos e se valorizou, mas num ritmo mais contido. Enquanto os principais índices americanos subiram mais de 2%, o Ibovespa teve alta de 0,85% aos 52.996 pontos e volume negociado de R$ 6,2 bilhões. Segundo especialistas, a alta da taxa básica de juro (Selic) de 9% 9,5% e a possibilidade de que a Selic suba novamente em novembro travou uma valorização mais expressiva do Ibovespa.

No mercado de câmbio, a moeda americana teve desvalorização expressiva frente ao real. O dólar encerrou negociado a R$ 2,179 na compra e R$ 2,181 na venda, um recuo de 1,13%. É a menor cotação desde o dia 18 de junho, quando a moeda americana fechou negociada a R$ 2,178. Na máxima do dia, o dólar foi negociado a R$ 2,200 e na mínima chegou a R$ 2,171, uma baixa de 1,58%.

– Os mercados mundiais de ações tiveram um dia de euforia com a possibilidade de um acordo nos EUA. O apetite por risco também chegou a moedas de países emergentes, que se valorizaram frente ao dólar, com destaque para o real. O Ibovespa se valorizou num ritmo mais contido do que as Bolsas americanas e europeias porque é travado pelo cenário de alta de juro. O Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou mais uma elevação de 0,5 ponto percentual para novembro – analisa Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho no Brasil.

Para Jorge Knauer, gestor de renda fixa e câmbio da Appia Capital, embora o aumento do apetite por risco tenha feito o dólar perder força em relação a moedas como o peso mexicano e o dólar australiano, uma nova alta de juro sinalizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) fez o dólar perder força frente ao real.

– A expectativa de que a Selic, taxa básica de juro, possa subir mais 0,5 ponto percentual em novembro, chegando a 10% no fim do ano, foi o principal fator para a queda da moeda americana frente ao real. Com juros mais altos, a tendência é que o país atraia mais capital externo, fazendo o dólar se desvalorizar – analisa Knauer.

Segundo Knauer, o comunicado divulgado ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) foi igual ao da reunião anterior, sinalizando que pode ocorrer mais uma alta de juro de 0,5 ponto percentual em novembro e até no início de janeiro. Na quarta, a Selic foi elevada de 9% para 9,5% ao ano.

Contribuiu também para a queda do dólar, mais uma intervenção feita pelo Banco Central, que vendeu todos os dez mil contratos ofertados na operação de swap cambial, nesta manhã. O volume financeiro da operação chegou a US$ 497,5 milhões. Os contratos têm vencimento em 5 de março de 2014.

A indicação de Janet Yellen para a presidência do Federal Reserve também ainda está na pauta do mercado. A expectativa é que com Yellen no cargo a retirada dos estímulos à economia, que deve começar em breve, seja mais lenta.

Blue chips fecharam em alta na Bovespa

Entre as ações mais negociadas do pregão, Vale PNA subiu 0,29% a R$ 30,60; Petrobras PN teve alta de 0,44% a R$ 18,26; OGX Petróleo ON subiu 4,76% a R$ 0,22; Itaú Unibanco PN se valorizou 1,94% a R$ 32,43 e Bradesco PN teve alta de 1,63% a R$ 31,65.

– Os investidores compraram ações diante da perspectiva de que saia um acordo entre republicanos e democratas para elevar o teto da dívida, mesmo que de curto prazo – diz Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença.

A maior alta foi apresentada pelos papéis ON da B2W com alta de 6,47% a R$ 15,79, enquanto as ações ON da Marfrig tiveram a maior perda, com recuo de 5,17% a R$ 5,32. As ações da Oi continuam se recuperando após o anúncio da fusão com a Portugal Telecom. As ações ON da operadora tiveram a segunda maior alta doIibovespa, com ganho de 5,78% a R$ 4,21, enquanto as ações PN subiram 5,54% a R$ 4,00. A empresa divulgou um comunicado ao mercado informando que a fusão não levará à diluição dos acionistas.

Nesta quinta, o banco Goldman Sachs rebaixou o preço-alvo da ação da OGX para R$ 0,20. A avaliação anterior era de R$ 0,70 para o preço da ação. Em relatório, o banco aponta que esse é o preço esperado para a ação em um cenário de recuperação judicial com calote de 50% das dívidas e excluindo a conclusão da venda de 40% do campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, para a petrolífera malaia Petronas.

O empresário Eike Batista voltou a vender ações da petrolífera OGX em setembro, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Eike vendeu R$ 29,66 milhões em ações em setembro, o equivalente a 74,78 milhões de ações ordinárias. Depois dessa operação, ele reduziu sua participação na empresa de 52,48% para 50,16%, mas continua sendo o controlador majoritário.

Juros futuros sobem com possibilidade de nova aumento da Selic

No mercado de juros, as taxas do contratos de Depósito Interfinanceiro negociados na BM&F fecharam em alta, se ajustando à alta da taxa Selic anunciada ontem pelo Banco Central e a possibilidade de um novo aumento em novembro. Os juros mais curtos só não subiram mais porque a queda do dólar segurou as taxas.

O contrato de DI futuro para janeiro de 2014 terminou negociado com taxa de 9,52%, de 9,45% de ontem; o papel com vencimento em janeiro de 2015 ficou com taxa de 10,28%, dos 10,09% da véspera. E o contrato para janeiro de 2017 encerrou com taxa de 11,16%, dos 11,08% de ontem.

Chance de acordo nos EUA aumenta

O presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, disse esperar que Obama veja a proposta apresentada pelos republicanos como o meio do caminho para um consenso. A proposta foi bem recebida pela Casa Branca, segundo fontes. Já são dez dias de paralisação de serviços nos EUA, com impacto na economia. O teto da dívida deve ser elevado até o próximo dia 17, sob o risco de o país deixar de honrar seus compromissos.

As bolsas americanas, que abriram em alta, ampliaram os ganhos na reta final do pregão. O índice S&P500 subiu 2,18%; o Dow Jones se valorizou 2,18% e o Nasdaq teve ganho de 2,26%. As 30 ações que fazem parte do Dow Jones fecharam em alta.

Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam com as maiores altas do mês diante de um possível acordo no impasse político nos EUA. O índice FTSE teve alta de 1,46% em Londres. Em Frankfurt, o Dax avançou 1,99%, enquanto o Cac, de Paris, teve ganho de 2,21%.

 

Por: O Globo

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Publicado em: 11/10/2013 às 06:59

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