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Feriado de 7 de Setembro é marcado por protestos, confrontos e prisões no País

Maceió teve seu desfile interrompido por invasores. São Paulo, Rio e Brasília registraram atos de vandalismo. Ao menos três capitais tiveram prisões de “mascarados”

Com público escasso, desfiles em homenagem ao feriado de 7 de Setembro foram realizados em meio a nova onda de protestos pelo País. Em Maceió, por exemplo, o ato cívico terminou antes do previsto devido à invasão de manifestantes na avenida. No Rio, Brasília, Fortaleza e Curitiba, confrontos com a PM são alternados com prisões. Em São Paulo, polícia usou gás para dispersar manifestantes em frente à Câmara Municipal.

Brasília (DF)

A segurança da Esplanada foi reforçada, com efetivo superior a 4 mil homens da Polícia Militar. Alguns manifestantes se concentraram no Museu da República, próximo do local do evento cívico, mas não houve confronto durante o desfile. Após o termino da parada, os cerca de mil manifestantes se dirigiram ao Congresso, onde houve atrito com a polícia.

Manifestantes seguiram então ao Estádio Nacional Mané Garrincha , onde a seleção brasileira enfrenta a Austrália. A PM disparou bombas de efeito moral para tentar dispersá-los. A PM posicionou homens da cavalaria e da tropa de choque ao lado da Torre de TV, a cerca de 500 metros do estádio. Cerca de 40 pessoas foram detidas por desordem, desacato ou depredação do patrimônio.

Rio de Janeiro (RJ)

Manifestantes armados com pedras e fogos de artifício tentaram invadir o desfile do 7 de Setembro no centro do Rio , dando início a um conflito com policiais, informaram autoridades policiais. Cerca de 30 pessoas foram detidas.

Os confrontos começaram quando um grupo de aproximadamente 500 manifestantes invadiu a área reservada ao público na avenida Presidente Vargas. Pessoas que assistiam à parada cívico-militar correram para fugir da violência e buscaram refúgio em bares e estações do metro.

A Polícia Militar usou bombas de efeito moral, spray de pimenta e armas de choque elétrico para conter os manifestantes. Apesar da confusão, o desfile não foi interrompido. De acordo com o Comando Militar do Leste, cerca 4 mil pessoas assistiram ao desfile no centro do Rio.

Manifestantes ligados ao movimento Black Block perseguiram e agrediram um jornalista da Rede Globo. O repórter cinematográfico filmava a manifestação no Monumento Zumbi quando foi apontado por alguns integrantes do movimento como sendo funcionário da Rede Globo.

Parte dos manifestantes começou a persegui-lo, ameaçando-o com empurrões e palavrões. Ele foi atingido na cabeça por algum objeto contendo tinta vermelha.

São Paulo (SP)

Os manifestantes mascarados e a Polícia Militar entraram em confronto em frente à Câmara Municipal de São Paulo já no fim do trajeto que teve início na avenida Paulista na tarde deste sábado. A região virou praça de guerra com o grupo jogando pedras e esferas de chumbo contra os PMs, que atiravam bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Houve tentativa de invadir o prédio da Câmara, que foi apedrejada.

Na parte da manhã, as manifestações na capital paulista foram pacíficas e sem ocorrências registradas pela Polícia Militar. Havia dois pontos de concentração de protestos. O primeiro, na Praça da Sé, reuniu cerca de 500 pessoas. Na Avenida Paulista, 350 manifestantes que, segundo a CET, ocuparam duas faixas no sentido Consolação, junto à Praça Oswaldo Cruz.

Os números foram divulgados pela PM, que informou ainda que os dois protestos fazem parte do Grito dos Excluídos. Tradicionalmente participam do movimento igrejas, pastorais, movimentos sociais e populares e centrais sindicais. Este ano, o 19º Grito dos Excluídos tem como tema a juventude. Em São Paulo, o ato começou às 8h na Catedral da Sé.

Curitiba (PR)

A “Operação 7 de Setembro”, marcada pelas redes sociais e que pretendia protestar contra os grupos políticos, a corrupção e os custos das obras da Copa do Mundo juntamente com o desfile oficial que ocorria no Centro Cívico de Curitiba, foi barrada pela Polícia Militar, com o apoio da Tropa de Choque, que impediu que os cerca de 1,2 mil manifestantes, segundo a coordenação – 500 conforme a PM – se aproximassem da Avenida Cândido de Abreu, onde acontecia o evento.

O grupo, já bastante reduzido após três horas de negociações com a PM, entrou na avenida depois que o desfile havia acabado. Não houve confronto direto e até o início da tarde deste sábado, 26 pessoas haviam sido levadas para o Centro de Triagem. Seis delas foram detidas antes da passeata, por portarem, segundo a polícia, artefatos explosivos, martelos e pregos. Durante o trajeto foram vistos poucos black blocs, que se misturavam às outras pessoas.

Fortaleza (CE)

Trinta pessoas que participavam de manifestações foram encaminhadas a uma delegacia da Polícia Civil porque estavam usando máscaras, capuzes e lenços que impediam a visão do rosto. Os detidos também estavam com pedras, bolas de gude, estilingues e pregos. Nenhum portava documento de identificação.

De acordo com o comandante da operação, Túlio Studart, os encaminhamentos à delegacia foram feitos em cumprimento a uma medida cautelar que autoriza policiais a abordarem manifestantes mascarados. A medida também permite a detenção das pessoas sem identificação para que isso seja feito.

Um efetivo de 900 PMs está distribuído nos possíveis locais de manifestações, como no Dragão do Mar, na Assembleia Legislativa, no Palácio de Iracema e na Praça da Abolição.

Maceió (AL)

O desfile cívico foi interrompido após manifestantes que participavam do Grito dos Excluídos invadirem a avenida onde acontecia a programação oficial. Sem conseguir negociar com os manifestantes, que seguiam em direção ao palanque onde estavam as autoridades, os organizadores anteciparam o fim do desfile.

O governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), precisou sair às pressas escoltado pela guarda do Palácio. Os manifestantes, que integram diversos movimentos sociais, invadiram a avenida com faixas, cartazes e palavras de ordem. A polícia militar foi acionada e tentaram negociar com o grupo que bloqueou a via. Sem conseguir negociar, o fim do desfile foi antecipado.

Porto Alegre (RS) 

Duas manifestações paralelas à parada militar e estudantil de Sete de Setembro percorreram as ruas pela manhã. Participantes de uma das mobilizações, formadas por grupos ligados ao Bloco de Lutas, depredaram alguns estabelecimentos comerciais quando estavam se dispersando, no centro da cidade. Quatro pessoas foram detidas pela Brigada Militar.

A tradicional Marcha dos Excluídos, reuniu sindicalistas, participantes das pastorais sociais da Igreja Católica e representantes de movimentos sociais. Foi pacífica. Já a segunda manifestação foi mais tensa. Em outro ponto da mesma avenida Loureiro da Silva, jovens mobilizados por redes sociais, com dezenas de mascarados, foram bloqueados pelo Batalhão de Choque da Brigada Militar.

Os manifestantes, defensores do passe livre no transporte coletivo, ironizaram a presença dos policiais imitando seus movimentos e exibindo cartazes com a palavra “nhoque”.

Salvador (BA)

Transcorreu sem problemas, na manhã deste sábado, o desfile de 7 de setembro no centro de Salvador. Sob chuva, cerca de 2 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, acompanharam o desfile, que contou com as presenças do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), e do prefeito da capital baiana, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM).

Pequenos grupos levaram faixas e cartazes para protestar durante o evento, do lado de fora do circuito. Com camisetas pretas, nas quais se lia “S.O.S. Polícia Federal”, narizes de palhaço e faixas, policiais federais chamaram a atenção de quem acompanhava os desfiles. De vermelho, integrantes do Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM) também compareceram ao evento.

Enquanto o desfile chegava ao fim, na Praça Castro Alves, organizações sociais e integrantes do Movimento Passe Livre começavam a se concentrar na Praça do Campo Grande, para a manifestação conhecida como Grito dos Excluídos, que chega à 19ª edição em Salvador.

 

Por: Último Segundo

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Publicado em: 07/09/2013 às 18:55

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