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Brinquedos e livros podem acumular bactérias por muito tempo

Nova pesquisa desmente estudos anteriores, que apontavam que estes micro-organismos não sobreviveriam fora do corpo humano

RIO – Diversos estudos científicos concluíram que duas bactérias comuns que causam resfriados, infecções no ouvido e na garganta, além de outras mais sérias, não podem viver muito tempo fora do corpo humano. Então, segundo a sabedoria convencional, estas bactérias não durariam entre objetos inanimados, como móveis, pratos, livros ou brinquedos.

Mas, segundo uma pesquisa da Universidade de Buffalo publicada esta semana na revista Infection and Immunity, as bactérias Streptococcus pneumoniae e Streptococcus pyogenesdo sobrevivem na superfície de objetos por muito mais tempo do que se calculava. O estudo sugere algumas medidas que possam prevenir contra infecções, especialmente em ambientes como creches, escolas e hospitais.

– Esta descoberta deve nos deixar mais cautelosos em relação a presença de bactérias no meio ambiente, já que elas estariam difundidas – diz o autor principal da pesquisa, Anders Hakansson, professor assistente de Microbiologia e Ciências Biomédicas da universidade. – Esta é a primeira pesquisa a apurar diretamente como estas bactérias podem sobreviver bem em várias superfícies, inclusive as mãos, e espalharem-se potencialmente entre indivíduos.

Segundo Hakansson, a S. pneumoniae, que causa infecções no ouvido em crianças e mortalidade por infecções respiratórias em crianças e idosos, está disseminada em creches e é uma causa comum de infecção hospitalar. E nos países em desenvolvimento, onde água doce, boa nutrição e antibióticos comuns podem ser escassos, a S. pneumoniae pode levar a pneumonia e sepse, matando mais de um milhão de crianças por ano.

S. pyogenes causa infecções na garganta e na pele em crianças, mas também pode provocar infecções graves em adultos.

Os pesquisadores de Buffalo descobriram que, nas creches, quatro entre cinco brinquedos de pelúcia teriam a bactéria S. pneumoniae. A superfície de outros objetos usados por crianças também registram a presença destes micro-organismos, mesmo depois de uma limpeza. Os testes foram feitos no início do dia para que tivesse passado muitas horas depois do último contato humano.

– Objetos comumente manipulados que estão contaminados podem atuar como reservatórios de bactérias por horas, semanas ou meses, espalhando infecções em potencial para indivíduos que entrarem em contato com eles – alerta Hakansson.

Segundo ele, ainda é necessário fazer novas pesquisas para entender em que circunstâncias este tipo de contato pode levar à contaminação entre indivíduos.

– Se este tipo de difusão das bactérias for significativo, então os mesmos protocolos que hoje são usados para prevenir a disseminação de outras bactérias, como as que causam doenças no intestino, e que persistem em superfícies, será necessário implementar um cuidado especial entre pessoas que trabalham com crianças ou em centros médicos.

 

Por: O Globo

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Publicado em: 27/12/2013 às 20:40

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