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Casal admite deficiências graves na rede de distribuição de água

Reunião em Arapiraca deu panorama da situação do abastecimento e atualizou dados sobre diarreia

A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) admitiu, nesta segunda-feira (26), que o abastecimento de água no estado é intermitente e que possui deficiências graves na rede de distribuição. Representantes da distribuidora se reuniram, nesta manhã, em Arapiraca, com técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) a pedido do 2º Centro de Apoio Operacional do Ministério Público Estadual (MPE).

Informações repassadas pela assessoria de imprensa do MPE dão conta de que a Casal culpa as chuvas pela deficiência no serviço. Mesmo assim, reconhece que se trata de um problema de saúde pública que deve ser solucionado o mais rápido possível.

Na reunião, a Casal divulgou que, em Palmeira dos Índios, a Companhia só chega em 68% das residências. Mas, apesar de confirmar a baixa cobertura na maioria dos municípios, não tomou para si a responsabilidade da epidemia. O engenheiro Jorge Brizeno alegou que a culpa do surto foi das chuvas que, na opinião dele, atingiram as pessoas que têm baixa proteção imunológica e captam água de forma alternativa, através, por exemplo, de cacimbas, caixas d’águas, cisternas particulares, açudes e barragens.

Mesmo culpando as chuvas, a Casal prometeu ao MPE intensificar a recloração nas tubulações na rede final de abastecimento, fazer a limpeza e desinfecção dos reservatórios nas cidades atingidas pela epidemia, aumentar a dosagem de cloro nas próprias estações de tratamento e tornar mais frequentes as análises quanto ao nível de potabilidade da água.

Representantes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos falaram que é necessário intensificar o trabalho e as cobranças junto às prefeituras e às Coordenadorias Municipais de Defesa Civil para que haja o aumento nas fiscalizações dos pipeiros. Divulgaram também que está cadastrando mais 500 pipeiros que vão distribuir, por dia, cerca de 400 mil litros. O órgão ainda informou que está adquirindo 60 filtros cloradores para ajudar aos pipeiros a tratarem a água antes de fornecer às casas e que vai comprar uma estação móvel de tratamento para levar àquelas cidades com quadro de maior emergência. Para completar, está ajudando a cavar 50 poços para água de consumo humano e outros 62 para água animal.

José Lourenço Brota, gerente de Vigilância Epidemiológica de Doenças de Veiculação Hídrica da Sesau confirmou que o Estado naõ está mais em epidemia, e, sim, em situação de alerta. No momento, segundo ele, são 44 cidades sob controle e 32 em alerta. Este ano, o surto provocou as mortes de 115 vítimas, contra 52 em 2012, um acréscimo de 121%. Ele divulgou que 61, 7% dos óbitos ocorreram nos hospitais e 28, 3% nas residências.

Ainda segundo a Sesau, no total, foram registrados 87.607 casos, um acréscimo de 72,9% se comparado com o mesmo período do ano passado e Alagoas registrou os três tipos de diarreia: sem desidratação: 57,3%; com desidratação: 20,7% e com desidratação grave: 20,6%.

Ao final da reunião, o MPE disse que pedirá apoio ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) e ao Conselho Regional de Química para que se faça uma avaliação nas estações de tratamento de água dos municípios onde houve a epidemia. Só após esse levantamento, o MPE informou que decidir que posição será adotada com relação à Casal.

 

Por: Gazeta Web

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Publicado em: 26/08/2013 às 19:26

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