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Motivo de suposta espionagem são interesses econômicos, diz Dilma

Neste domingo, Fantástico mostrou que Petrobras era alvo dos EUA.
Em nota, presidente disse que estatal não representa ameaça a segurança.

A presidente Dilma Rousseff afirmou em nota nesta segunda-feira (9) que, se comprovada, a espionagem dos Estados Unidos sobre a Petrobras, tem por motivos “interesses econômicos e estratégicos”. Neste domingo, reportagem do Fantástico revelou documentos de que a estatal estaria entre os alvos da Agência Nacional de Segurança (veja a reportagem ao lado).

Na nota, a presidente diz que a Petrobras “não representa ameaça à segurança de qualquer país”, em referência a justificativas anteriormente dadas pelo governo americano para atos de espionagem, que incluiriam identificação e interceptação do conteúdo de comunicações por telefone, e-mails e mensagens eletrônicas.

A estatal, diz Dilma, “representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro”.

A presidente diz ainda que o governo “está empenhado” em obter esclarecimentos dos EUA “sobre todas as violações eventualmente praticadas, bem como em exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, a nossa soberania e aos nossos interesses econômicos”.

Na próxima quarta-feira (11), o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, deve se encontrar com a assessora-chefe de Seguranca Nacional da Casa Branca, Susan Rice, em Washington, para discutir o assunto. Na semana passada, o presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu dar explicações formais também até quarta.

Os dados sobre a Petrobras estão em documentos vazados por Edward Snowden, analista de inteligência contratado pela NSA, que divulgou esses e outros milhares de registros em junho passado. O jornalista Glenn Greenwald foi quem recebeu os papéis das mãos de Snowden.

A NSA nega espionagem para roubar segredos de empresas estrangeiras. Ao jornal “The Washington Post”, a agência afirmou não fazer espionagem econômica de nenhum tipo, incluindo o cibernético.

Na nota, Dilma diz que “tentativas de violação e espionagem de dados e informações são incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas”. Conclui dizendo que tomará “todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas”.

Na semana passada, o Fantástico já havia divulgado que a presidente Dilma Rousseff e o que seriam seus principais assessores foram alvos diretos de espionagem da NSA.

Leia abaixo a íntegra da nota:

Mais uma vez, vieram a público informações de que estamos sendo alvo de mais uma tentativa de violação de nossas comunicações e de nossos dados pela Agência Nacional de Segurança dos EUA. Inicialmente, as denúncias disseram respeito ao governo, às embaixadas e aos cidadãos – inclusive a essa Presidência. Agora, o alvo das tentativas, segundo as denúncias, é a Petrobras, maior empresa brasileira. Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro.

Assim, se confirmados os fatos veiculados pela imprensa, fica evidenciado que o motivo das tentativas de violação e de espionagem não é a segurança ou o combate ao terrorismo, mas interesses econômicos e estratégicos.

Por isso, o governo brasileiro está empenhado em obter esclarecimentos do governo norte-americano sobre todas as violações eventualmente praticadas, bem como em exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, a nossa soberania e aos nossos interesses econômicos.

Tais tentativas de violação e espionagem de dados e informações são incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas. De nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas.

Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil

 

Por: G1

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Publicado em: 10/09/2013 às 07:28

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